Eucaristia
Também é denominada de Sagrada Comunhão, Santíssimo Sacramento do Altar, a Refeição Noturna do Senhor e a Celebração da Morte e ressurreição de Cristo.
O procedimento
Igreja Católica
Como um sacrifício
Para a Igreja Católica a Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a actualização e a oferenda sacramental do seu único sacrifício, na liturgia da Igreja que é o seu corpo.[2]. O memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tomam-se de certo modo presentes e actuais.[3] Quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz memória da Páscoa de Cristo, e esta torna-se presente: o sacrifício que Cristo ofereceu na cruz uma vez por todas, continua sempre actual. [4] A Eucaristia é, pois, um sacrifício, porque representa (torna presente) o o único sacrifício da cruz que Cristo ofereceu na cruz uma vez por todas, porque é dele o memorial e porque aplica o seu fruto.[5]
O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: «É uma só e mesma vítima e Aquele que agora Se oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora Se ofereceu a Si mesmo na cruz; só a maneira de oferecer é que é diferente». E porque «neste divino sacrifício, que se realiza na missa, aquele mesmo Cristo, que a Si mesmo Se ofereceu outrora de modo cruento sobre o altar da cruz, agora está contido e é imolado de modo incruento..., este sacrifício é verdadeiramente propiciatório».[6]
Segundo o papa João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, "a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho".[7] Ainda nessa encíclica, é chamada atenção para o fato significativo de que no lugar onde os evangelhos sinóticos narram a instituição da Eucaristia, o Evangelho de João propõe a narração do "lava-pés", gesto que mostra Jesus mestre de comunhão e de serviço (João 13:1-20); em seguida o Papa atenta para o fato de que mais tarde o apóstolo Paulo qualifica como "indigna" uma comunidade cristã cuja participação na Eucaristia se verifique num contexto de discórdia e de indiferença pelos pobres (I Coríntios 11:17-22).
Como uma presença real
Comungar ou receber a Comunhão é nome dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagrada hóstia sozinha ou acompanhada do vinho consagrado (nas celebrações de Primeira Eucaristia e Crisma). Segundo o Compêndio, "Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da confissão antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291).
Eucaristia também pode ser usado como sinônimo de hóstia consagrada, no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido. As crianças farão a sua Primeira comunhão. "Comunhão Eucarística" é a participação na Eucaristia.
A adoração eucarística na Capelinha das Aparições do Santuário de Fátima.Também há uma adoração especial, chamada "adoração ao Santíssimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o "Dia do Corpo de Cristo" (em latim: Corpus Christi). Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, "a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós". Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão e do vinho. Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo, foram os "milagres eucarísticos" em várias localidades do mundo, entre eles, um dos mais conhecidos foi o Milagre Eucarístico de Lanciano, em Lanciano (Itália).
São João Crisóstomo, o arcebispo de Constantinopla, destaca o "efeito unificador" da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é identificado pelos cristãos como a própria Igreja: "Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo". João Paulo II ensinou que à desagregação enraizada na humanidade é contraposta a força geradora de unidade do corpo de Cristo.
Segundo a Igreja Católica, a transubstanciação da partícula (pão feito apenas de água e trigo) para a hóstia pode ser feita apenas por sacerdotes ordenados (presbíteros ou bispos).
Igreja Ortodoxa
O pão na liturgia ortodoxa é fermentado (simbolizando a nova natureza em Cristo) e o vinho é servido a todos os fiéis (inclusive crianças), servido com uma colher.
Igreja do Oriente
Luteranismo
Anglicanismo
Reformados
Na visão de Zuínglio, a ceia é a lembrança do sacrifício de Cristo - essa posição é chamada de "memorialismo".
A proposta de Calvino, em oposição a Zuínglio, era que na ceia ocorria a presença de Jesus, não nos elementos, mas espiritualmente e posteriormente comunicada aos comungantes. A essa forma de entendimento dá-se o nome de "presença espiritual".
No século XVII, as igrejas batistas, em relação à ceia, baseiam-se nos princípios disseminados por Zuínglio, assim concebendo a Ceia apenas como um rito em que se recorda e proclama a morte de Cristo até que Ele retorne, onde o pão e o vinho são apenas elementos que simbolizam o corpo de Cristo. O termo usado é de "ordenança" (ou "mandamento") ao invés de "sacramento". Os luteranos e mórmons são uma das vertentes evangélicas que apoiam o uso de álcool na Santa Ceia.[16][17][18][19]
Evangelicalismo(Protestantismo-Evangélicos)[editar | editar código-fonte]
Dentro da teologia evangelical, a Eucaristia é chamada geralmente por "Santa Ceia" ou "Ceia do Senhor". Para eles os elementos ingeridos confirmam não somente a comunhão com as pessoas (irmãos) como também reafirma a comunhão individual com Cristo. Não se trata de um simbolismo, mas um ato de fé.
Testemunhas de Jeová
O pão ázimo ou não fermentado e o vinho sem aditivos, representam respetivamente o corpo imaculado de Cristo (João 6:35) e o seu sangue derramado em redenção dos humanos. (Lucas 22:18) São assim símbolos ou emblemas da vida perfeita do Cristo, ou Messias, o Filho de Deus, que ele entregou voluntariamente.
Para as Testemunhas de Jeová, o pão e o vinho usados são meramente ilustrativos ou emblemáticos, (Mateus 13:13) ou seja, representam o corpo e o sangue do Cristo, mas não possuem qualquer poder espiritual, milagroso ou similar. Apenas sugerem e evocam à consideração dos fieis, ou lembrança, de um acontecimento já passado, como entendem as palavras de Jesus em Lucas 22:19:
""Persistam em fazer isso em memória de mim"" (NM)As Testemunhas entendem que João 6:53-57 não dá ideia da transubstanciação, ou seja, comer e beber a carne e o sangue literais de Cristo. Se assim fosse, Jesus estaria incentivando a violar a Lei que Deus havia dado a Israel. Essa lei proibia comer qualquer tipo de sangue. (Levítico 17:10-12, compare com a ordem aos cristãos em Atos 15:28,29) Jesus falou fortemente contra violar quaisquer mandamentos da Lei. (Mateus 5:17-19) Portanto, o que Jesus tinha em mente só podia ser comer e beber em sentido figurativo (Mateus 13:13), por exercer fé no valor do seu sacrifício. - João 4:14; 6:35,40;
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)
Partilham-se pão e água em lembrança do corpo e sangue de Jesus e o ritual é considerado uma renovação dos convênios batismais.